Sálvio Amaro Pereira
Nasci em 1918, em Araranguá, cidade onde cresci, trabalhei e me aposentei. Sou pela justa razão, genro do Coronel João Fernandes, já casei com a neta criada por ele, Amélia Fernandes Luchina. Ela era filha de Ernesto Antonio Luchina e Francisca Luchina. A Francisca era filha legitima do Coronel João Fernandes e mãe de minha primeira esposa, já falecida. O coronel era um homem calmo, mas muito rígido. Foi chefe político respeitado e muito procurado pelos moradores do grande município que era Araranguá, nas épocas de seus mandatos.
Eu entrei para a prefeitura no mandato do então Prefeito Caetano Lummertz. Trabalhei nesta região inteira como Intendente. As viagens eram feitas a cavalo, o que pelo fato da enorme região, era uma missão difícil.
Conheci a maioria dos prefeitos de Araranguá. Só não tive contato com os que assumiram antes de eu nascer. Mas como o Coronel João Fernandes ficou muito tempo no poder, inclusive antes de eu nascer e depois, então pude conhecer os outros que vieram depois. Quando entrei na prefeitura fui prestigiado pelo futebol que apresentava. Diziam que eu era muito ligeiro. Fui titular 18 anos em Araranguá, inclusive no famoso Grêmio Esportivo Araranguaense, time campeão estadual. Eu sou um homem modesto, mas olha, era difícil encontrar um goleiro como eu, que jogasse bem e gostasse tanto da posição. Muitos vieram, para fazer passe para outro clube, mas o prefeito não permitia e naquele tempo não se dava muita atenção para isto, porque financeiramente também não valia a pena. Hoje é que o Futebol se profissionalizou muito. Ainda trabalhando na prefeitura, me envolvi muito com as bandas musicais. Sou alias conhecido como músico. Muitos ao se referirem à banda, costumam dizer: “Banda do Sálvio Amaro”. Isto porque desde os meus 15 anos venho tocando em bandas. Hoje, com muito prazer, ainda participo desta nova que esta ai, junto com os músicos mais novos, o que faz com que a gente também se renove. No inicio tocava clarineta, depois experimentei o sax alto e outros instrumentos, mas as clarinetas, na verdade foi instrumento que mais me dediquei.
Atualmente estou aposentado. Até, curiosamente, entrei na prefeitura quando nasceu o Sr. Osmar Nunes. Este, posteriormente foi prefeito e foi ele quem me aposentou, em seu mandato.
Há muitos anos moro na Lagoa da Serra, onde cultivo amendoim, melancia, milho, criação de alguns animais e pesca de cará. Gosto muito daqui. Araranguá é uma cidade maravilhosa, onde tenho muitos amigos. Sempre que resolvo andar pelo centro não dou conta de conversar com tantas pessoas. Faço questão das amizades, isto é uma coisa muito importante.
DALL’ALBA, João Leonir. Histórias do Grande Araranguá. Gráfica Orion. (pág - 473,474).
Este é meu paizão, que por coincidência faleceu hoje 29/03/2011 às 07h10min no hospital Regional de Florianópolis aos 92 anos e faltando 4 meses para completar 93 anos. Saudades já, mas sabemos que, nossa única certeza na vida, é o descanso eterno... Que Deus nos proteja!
ResponderExcluirlagoa da serra,terra da familia da minha avó,nascida em 1913,sou de florianópolis mais amo essa terra de paixão,conheço cada palmo dessa terra querida.
Excluir5 anos já!
ResponderExcluirO tempo voa!
Saudades!